Com a presença de indígenas Karajá, autoridades estaduais do Tocantins, Mato Grosso e Goiás, defensores públicos-gerais desses estados, entre outros convidados, foi lançada nesta quarta-feira (20), a 2ª edição do projeto “Defensoria do Araguaia”. Por meio do Projeto, que já tem início na próxima segunda-feira, 25, atendimentos jurídicos, de saúde e sociais são realizados a indígenas Karajá da região do Alto Araguaia, contemplando aldeias localizadas nos três estados da federação.
O “Defensorias do Araguaia” representa uma ampla frente de serviços prestados gratuitamente a indígenas que, por estarem isolados geograficamente, têm ainda mais dificuldade para acesso à Justiça e a outros serviços essenciais para cidadania.
O Projeto, portanto, promove esses atendimentos com serviço jurídico integral e gratuito prestado pela Defensoria Pública e por meio de uma grande rede de parceiros. A iniciativa é da Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO), sendo realizada conjuntamente com a Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso (DPEMT) e Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO).
“A essência da Defensoria Pública é estar onde o povo mais precisa, e no momento em que vamos para um território, nós conseguimos transformar essa realidade e esse projeto, como foi pensado, é inovador e nós somos extremamente felizes em fazer parte. No ano passado os números foram impressionantes, mas nós queremos ampliar esses números para essa segunda edição”, disse a defensora pública-geral de Mato Grosso, Luziane Castro.
“A Defensoria Pública é território indígena assim como é quilombola e ribeirinha também, e por mais que tenham sido grupos segregados por muito tempo na sociedade, nós, da Defensoria Pública, temos o compromisso de atuar e atender esses grupos da melhor forma possível, para que eles se sintam parte desse Estado, como de fato são. E as parcerias que temos hoje são essenciais para estarmos ao lado de quem mais precisa”, disse o defensor público-geral do Estado do Tocantins, Pedro Alexandre Conceição Aires Gonçalves.
O defensor público-geral de Goiás, Tiago Gregório, lembrou que o povo Karajá é um só e que por isso a união das Defensorias dos três estados se faz necessária para esse atendimento: “Ninguém faz acesso à justiça sozinho e para o povo Karajá, que vive às margens do Rio Araguaia, a distinção geográfica lhes foi imposta em um contexto de legislação que na prática não os atende, por isso, essa compreensão de que precisamos unir esforços com outros Estados, com programas sociais para levar cidadania para essa população”.