O workshop foi desenhado em duas etapas complementares, no primeiro nesta quinta-feira foi aberto a todos, servidores e defensores, e teve a exposição teórica, apresentando as principais linhas de pesquisa e debate atuais sobre a interface entre crime e saúde mental.
No segundo, o evento será exclusivo para defensores da área e com proposta de atividade prática em grupo, com foco na construção de modelos de petição e outras ferramentas concretas para atuação jurídica em casos que envolvem imputabilidade penal e medidas de segurança.
“Falar em crime e loucura é falar sobre limites da imputabilidade, sobre estigmas, mas também sobre possibilidades de construir práticas jurídicas mais humanas, que reconheçam a singularidade de cada caso”, ressaltou a palestrante.
Teoria e prática - O encontro foi proposto para ser uma experiência integrada, com capacidade de permitir aos participantes compreender a teoria crítica de Patrícia sobre a relação entre crime e loucura e, ao mesmo tempo, possibilitar que aprendam a traduzir a teoria em instrumentos jurídicos aplicáveis ao cotidiano da Defensoria Pública.
Para do vice-diretor da Esdep, Paulo Marquezini, a capacitação busca melhorar a atuação do órgão junto a pessoas com transtornos mentais, privadas de liberdade ou não. “A Patrícia foi do grupo de direitos humanos no Rio de Janeiro e tem uma vasta experiência no tema, uma experiência similar à nossa junto à população vulnerável e o compartilhamento dessa experiência prática é de suma importância para o desenvolvimento da Defensoria”, disse ao informar sobre o motivo da escolha da capacitação.
Para a servidora e analista psicóloga da Defensoria Pública, que atua no Acolhimento, Sirlene Ribeiro, a capacitação é importante e necessária para estabelecer parâmetros comuns de atuação. “Essa discussão tem tudo a ver com a Defensoria porque afinal a gente luta junto nas trincheiras com todos os atores que estão na luta antimanicomial e eu acho, acredito numa Defensoria antimanicomial e diariamente atendemos casos que precisam dos serviços dessa rede, por isso é tão importante que todos os defensores da instituição estejam alinhados com os princípios dessa proposta de trabalho”, avaliou.