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DIREITOS HUMANOS


Mulheres em Movimento encerra primeira edição com encontros e histórias de superação

Iniciativa da DPEMT uniu arte, acolhimento e orientação jurídica para fortalecer mulheres vítimas de violência e promover acesso a direitos ao longo de quatro encontros

Por Marcia Olivera
17 de de 2025 - 17:45
Mulheres em Movimento encerra primeira edição com encontros e histórias de superação


O projeto Mulheres em Movimento foi encerrado com a realização do quarto e último encontro do grupo de mulheres vítimas de violência, consolidando uma iniciativa que uniu arte, acolhimento e promoção de direitos humanos. Desenvolvido pela Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso (DPEMT), o projeto proporcionou um espaço seguro de escuta, fortalecimento emocional e orientação jurídica, permitindo que as participantes compartilhassem vivências, avaliassem a autoestima e ampliassem o conhecimento sobre seus direitos.

Idealizado, segundo a defensora pública e integrante do Núcleo de Defesa da Mulher de Cuiabá (Nudem), Rosana Leite, há cerca de seis anos, o projeto saiu do papel este ano e ganhou forma por meio de oficinas terapêuticas, especialmente com a dança, aliadas a momentos de diálogo sobre legislação, ciclo da violência e acesso à rede de proteção.

Ao longo de quatro encontros, as mulheres puderam não apenas expressar sentimentos por meio da arte, mas também compreender caminhos concretos para romper situações de violência. Para Rosana, o encerramento do projeto simboliza a materialização de um sonho antigo.

“Foi um projeto pensado há seis anos e agora é uma realidade aqui na Defensoria Pública. Pensar em enfrentar qualquer violência com arte, trazer alegria e ouvir o que as pessoas querem desse mundo também é muito importante. Aqui elas trouxeram situações da vida cotidiana, situações pelas quais passaram. Desejo qu outras edições venham e aconteçam, porque a Defensoria Pública deve estar de braços dados com a população”, destacou.

A segunda subdefensora-geral, Maria Cecília da Cunha, representou a Administração Superior no evento e agradeceu a participação das mulheres no projeto afirmando que ao optarem em participar do projeto, confiaram, se permitiram e inspirou o órgão. 

"Agradeço também às defensoras e defensores, servidoras e servidores, estagiárias e parceiras da rede de proteção que, com sensibilidade e comprometimento, fizeram deste projeto um espaço vivo de transformação social. A Defensoria Pública sempre acreditou que promover direitos humanos é mais do que garantir o acesso à justiça - é reconhecer as histórias, as dores e os silêncios que muitas vezes antecedem o pedido de ajuda. Este projeto nos lembrou, mais uma vez, que o acolhimento também é uma forma de justiça", declarou.

Entre as histórias que marcaram essa primeira edição, está a de uma participante que conseguiu recuperar a guarda da filha, após acompanhamento e apoio jurídico da Defensoria Pública. O caso reforça o impacto concreto do projeto, que vai além do acolhimento emocional e se reflete em mudanças reais na vida das mulheres atendidas. 

Para A. M., que participou dos encontros do projeto, ele significou fortalecimento e revisão da autoestima. “Foi uma honra muito grande estar nesse projeto, foi gratificante. Quero que continue, pois traz força pra gente. Estou muito orgulhosa, muito feliz, me fortaleceu esse projeto. Foi além do que eu imaginava, me senti acolhida. Com essa arte, foi maravilhoso. Me deu uma energia muito forte e me sinto feliz”, afirmou, incentivando outras mulheres a participarem. 

A gerente de assessoramento estratégico da Coordenadoria de Assuntos Interdisciplinares (CATAI), Maria Angélica Nascimento, também ressaltou o caráter transformador da iniciativa. “Com muita alegria estamos encerrando o projeto de promoção de direitos humanos por meio da arte, com a primeira edição de Mulheres em Movimento. Foram quatro encontros de muito aprendizado, muito acolhimento e conhecimento. Conseguimos mesclar as oficinas terapêuticas de dança com o momento de direitos humanos, no qual elas puderam conhecer as leis, tirar dúvidas, entender o ciclo de violência e sair mais seguras, acolhidas e olhadas”, explicou. 

Com o encerramento da primeira edição, o Mulheres em Movimento deixa histórias de fortalecimento, reconstrução de vínculos e acesso à justiça, reforçando o papel da Defensoria Pública como instituição próxima da população e comprometida com a transformação social. A expectativa é de que novas edições sejam realizadas, ampliando o alcance do projeto e beneficiando ainda mais mulheres em situação de violência. Participaram do encerramento a segunda subdefensora pública-geral, Maria Cecília Cunha e o ouvidor externo da DPEMT, Getúlio Pedroso.